
«I’m Not Sayin’» foi a sua estreia no mundo da música. De Londres para Paris, Nico conheceu Bob Dylan, que ficou igualmente impressionado e aparentemente lhe escreveu o tema «I’ll Keep It With Mine», exactamente o single que Nico tinha na sua bolsa no dia em que conheceu Andy Warhol em Nova Iorque.Warhol era o rei de uma cidade que tinha acabado de sair de uma Feira Universal dedicada «às conquistas do homem num globo cada vez mais pequeno situado num universo cada vez maior». O mestre da arte pop entendia na perfeição o facto de o mundo estar a mudar e utilizava essas transformações, sobretudo as tecnológicas, a seu favor – andando com uma câmara de filmar para todo o lado e gravando em fita as ideias que ia tendo. De certa maneira, o rock, como o cinema e a pintura, foi mais um veículo descoberto por Warhol para comunicar as suas ideias sobre esse mundo em transformação.
«Os Velvet mostraram-se interessados no ruído desde o início e apoiaram-se no extenso currículo académico de John Cale para conseguirem moldar a sua experimentação», escreveu Lester Bangs. John Cale chegou a Nova Iorque em 1963, depois de muita correspondência trocada com John Cage. Vinha do País de Gales e queria assistir às aulas de Aaron Copland.

O primeiro grupo de Lou Reed com John Cale levou o nome The Primitives e foi criado, basicamente, para promover o single «The Ostrich», que Reed tinha escrito para a Pickwick. Com Sterling Morrison na guitarra e Angus MacLise nas percussões, os Primitives tiveram uma existência fugaz, mas foram importantes para a chegada aos Velvet Underground.A história do nome deste grupo também já é sobejamente conhecida: Reed encontrou um livro sobre sadomasoquismo, com o título The Velvet Underground, escrito por Michael Leigh e deixado por Tony Conrad no apartamento que o futuro autor de Transformer viria a ocupar.
O nome parecia perfeito: não só Reed já tinha escrito «Venus In Furs» como a própria palavra «underground» parecia ir de encontro ao universo em que se moviam, do cinema alternativo e experimental. O grupo começou a ensaiar e a dar concertos em 1965, altura em que MacLise abandonou o projecto – aparentemente o primeiro «cachet» de 75 dólares foi demais para MacLise, um hippie convicto que não acreditava na remuneração da arte e que haveria, mais tarde, de mudar-se para o Nepal onde viria a falecer, em 1979. Angus seria substituído por Maureen Tucker, irmã mais nova de um antigo colega de faculdade de Sterling Morrison.O estilo de Maureen – que antes do grupo tinha trabalhado na IBM a introduzir dados – servia perfeitamente aos Velvet Underground: tocava de pé, com o bombo virado para cima, quase não utilizava os pratos e tinha um estilo rígido e metronómico. O grupo estava assim completo – e o concerto no Café Bizarre, onde Barbara Rubin levaria Warhol para conhecer os Velvet, estava próximo.
O nome parecia perfeito: não só Reed já tinha escrito «Venus In Furs» como a própria palavra «underground» parecia ir de encontro ao universo em que se moviam, do cinema alternativo e experimental. O grupo começou a ensaiar e a dar concertos em 1965, altura em que MacLise abandonou o projecto – aparentemente o primeiro «cachet» de 75 dólares foi demais para MacLise, um hippie convicto que não acreditava na remuneração da arte e que haveria, mais tarde, de mudar-se para o Nepal onde viria a falecer, em 1979. Angus seria substituído por Maureen Tucker, irmã mais nova de um antigo colega de faculdade de Sterling Morrison.O estilo de Maureen – que antes do grupo tinha trabalhado na IBM a introduzir dados – servia perfeitamente aos Velvet Underground: tocava de pé, com o bombo virado para cima, quase não utilizava os pratos e tinha um estilo rígido e metronómico. O grupo estava assim completo – e o concerto no Café Bizarre, onde Barbara Rubin levaria Warhol para conhecer os Velvet, estava próximo.
(Fonte: www.blitz.pt - Rui Miguel Abreu, 26 de Outubro de 2007)
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