
Nestes jogos de liberdade, à medida que desenrolam cada composição, os quatro músicos desafiam-se continuamente num encontro de cumplicidades, lançando, em simultâneo, estímulos a quem os aceita ouvir.
Os violinos, o violãocelo, o clarinete, o glockenspiel, o contrabaixo, o mandolim e, apenas em dois temas, a voz, conjugam-se de uma forma soberba, provocando e seduzindo, e arrastando o ambiente em seu torno para um estado de suspensão, que mistura espanto com deleite.
E assim se percebe que esta abertura de ideias consiga produzir, com os mesmos instrumentos, uma riqueza sonora que toca, com igual eficácia, fluência e imaginação, a música folk balcânica, o improv-jazz, a densidade dos blues, as deambulações contemporâneas e a memória clássica da música erudita.
Para além disso, o facto de ter sido gravado na St. Marks Church, em Leeds, reveste o som de uma reverbação quase angélica, como se cada nota se mantivesse em suspenso naquelas paredes de pedra o tempo necessário para se desmaterializar em vapor e subir lentamente até se desvanecer nos frescos, enquanto o próximo fragmento melódico inicia um processo idêntico de perpetuação no espaço.
Por tudo isto, «Tender, Almost Vulgar» reclama justamente um lugar próprio no altar da nova música acústica, tornando-se num disco acima da expectativa que a configuração de câmara dos 7 Hertz poderia traçar. Esta música absove não só os ouvidos, como exige uma entrega mais aprofundada, pois reclama de nós todo o espírito para que a experiência se torne completa.
E assim se percebe que esta abertura de ideias consiga produzir, com os mesmos instrumentos, uma riqueza sonora que toca, com igual eficácia, fluência e imaginação, a música folk balcânica, o improv-jazz, a densidade dos blues, as deambulações contemporâneas e a memória clássica da música erudita.
Para além disso, o facto de ter sido gravado na St. Marks Church, em Leeds, reveste o som de uma reverbação quase angélica, como se cada nota se mantivesse em suspenso naquelas paredes de pedra o tempo necessário para se desmaterializar em vapor e subir lentamente até se desvanecer nos frescos, enquanto o próximo fragmento melódico inicia um processo idêntico de perpetuação no espaço.
Por tudo isto, «Tender, Almost Vulgar» reclama justamente um lugar próprio no altar da nova música acústica, tornando-se num disco acima da expectativa que a configuração de câmara dos 7 Hertz poderia traçar. Esta música absove não só os ouvidos, como exige uma entrega mais aprofundada, pois reclama de nós todo o espírito para que a experiência se torne completa.
E que mais podemos esperar de um disco?
(Fonte: http://www.dominiodeuses.org/)
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