terça-feira, 7 de outubro de 2008

Dois Paralelos e um Mundo!

Na ressaca da primeira noite do Imago e sem grande tempo de manobra para o merecido descanso, valeu-me a tarde de Domingo para repor energias para mais uma semana que se aproxima cheia de trabalho!
Mas enfim, como há sempre tempo para os "pequenos" (cada vez maiores) prazeres da vida, hoje vim à Xangai só para deixar 2 propostas para esta semana!
Oriundas de meridianos musicais distintos, convergem na qualidade suprema e desejo de afirmar "porra, afinal nós temos razão!".
Por isso é hora de dar voz a quem anda nisto não há dois dias, mas que parece que nasceu já assim e à sua soberba capacidade "inata" de me convencer (com letras grandes) com as suas ideias e "viagens conceptuais"!
Meus senhores, eles são Mari-Anne Hobbs e o inevitável Lindstrom (eu bem disse que ele andava por aí)!

Mary-Anne Hobbs - Evangeline (2008, Planet Mu)

A ciência electrónica está cada vez mais avançada e Mary-Anne Hobbs tem realizado um espantoso trabalho ao documentar algumas das mais ousadas experiências realizadas no domínio do dubstep, grime, hip hop e electrónica desafiante de categorias!
Evangeline é o seu mais recete projecto, uma compilação em que a sua autoridade se traduz numa série de exclusivos.
Enquanto álbum, o nível é constante e alto com nomes como Shackleton, Wiley, Flying Lotus, Surgeon, Boxcutter e Claro Intelecto.
Comum a todas as propostas, uma tendência exploratória própria de quem sente estar nas margens mais remotas de um género e ainda assim não teme explorar o que se encontra para lá das fronteiras!

Lindstrom - Where You Go I Go Too (2008, Feedelity)

De certa maneira, no seu real álbum de estreia (considerando o genial "It´s a Feedelity Affair" uma compilação de singles), Lindstrom completa um círculo e realiza finalmente o desígnio do cosmic-disco retirando o seu pulsar da pista de dança e posicionando a bola de espelhos em pleno território kraut.
Where You Go I Go Too tem apenas 3 temas organizados como uma longa suite, o que reforça a dívida de Lindstrom perante E2-E4 de Manuel Goettsching.
Mas o que realmente surpreende neste álbum é a permanente recusa de Lindstrom em se deter numa única linguagem: há disco, claro, rigor kraut, sofisticação prog, mas também boogie dos anos 80 um ou outro farrapo de "Miami Vice" e outros detritos de um passado filtrado pelo que só pode ser uma sensibilidade contemporânea!

E há melhor noite do que aquela passada às voltas dentro do carro com a companhia ideal, Lindstrom em volume subido sem saber onde ir?!
Um boa semana para todos e que as bolsas europeias comecem a atinar...já ando um bocado farto de ouvir falar em dinheiro!

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