sábado, 4 de abril de 2009

v2.0 e uma viagem em marcha lenta!

Voltamos! v2.0...por este andar qualquer dia transformamos isto num avião!
Desculpas pela demorada retoma à parte, é hora de fazer jus ao nome e recomeçar ao trabalho! Tudo aquilo que devem e querem saber anda por aqui espalhado, aqui ou ali, por isso, caneta na mão e siga!
Escrever é aquele processo trabalhoso de tirar ideias da cabeça e dispô-las sob a forma de palavras sequenciadas. Muitas vezes, temos a ilusão de que podemos escrever tudo, que o potencial da escrita é ilimitado e de que a simples folha em branco ou a tela do computador tem um poder infinito, porém ao contrário daquilo que pensamos, aquilo que escrevemos está vigorosamente coartado. É limitado pela circunferência de ideias que temos na nossa cabeça e pela liquidez da transferência entre a nossa cabeça e a possível sequência de palavras cá fora!
Os nossos pensamentos também não são ilimitados e só uma parte deles tem forma transferível para as palavras, tal como as próprias palavras se esgotam em si, nem tudo o que se consegue pensar pode ser escrito.
Para certas coisas do domínio do inexprimível precisamos até que as palavras se desprendam e percam a sua solidez para que possam transportar as colorações informes de certas coisas que queremos dizer!
Acima de tudo é isto que a Xangai Market significa para mim, enquanto plataforma individual de reflexão sobre um modo de encarar uma via dentro da minha vida...e tu que estás desse lado, convido-te a simplesmente ler, porque é para ti que escrevo...ah e claro, para mim!
Filosofices para o lado...2009 já está quase a meio e há por aí muita coisinha boa, aliás a roçar o excepcional! Já cá fazia falta uma entrada rasgante como tem sido a deste ano!
Reedições maravilhosamente aguardadas, álbuns de estreia completamente estonteiantes (isto porque me estou a lembrar do novo projecto português "Aquaparque", com que ando completamente viciado) e claro, compilações refinadissimas!
"The Grandfather Paradox" é o título que vos deixo como conselho degustativo para o dia de hoje!
Editado pela BBE já este ano, o paradoxo do Avô foi concebido como parte de uma reflexão sobre as viagens no tempo. E por isso serve de título perfeito para esta imprudente viagem através de 50 anos de música minimal conduzida pelos patrões da Innervisions, Henrik Schwarz, Ame e Dixon.
O álbum é duplo e apresentado nas versões misturadas e "DJ friendly", começando a viagem com "Electric Counterpoint", peça escrita por Steve Reich e executada por Pat Metheny. A partir daí conta a imaginação dos compiladores que inteligentemente chamam a esta viagem o punk-funk dos Liquid Liquid, o funk tropical dos Cymande, o disco de Patrick Moraz, o pós-rock de To Rococo Rot ou a electrónica cinemática de John Carpenter.
A repetição é o ponto de contacto entre estas experiências que se encaixam na perfeição umas nas outras sublinhando mais as afinidades do que as diferenças!
Faz parte dos manuais essenciais da corrente minimalisma pela ambição e tão pouca falta de vergonha de quem teve genial ideia, claro está no bom sentido!

PS: Façam-me um favor, comprem o novo disco dos Aquaparque - É Isso Aí (Aquaboogie) ou tirem-no da net ou se forem mais comodistas vão até ao myspace deles...não interessa...mas digam-me o que é aquilo, pah! Merece um comentário...deixem-me engolir mais uma vez!
Para mim, do melhor que se fez até hoje em terras lusas! Sim, disse mesmo isto!

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