sábado, 23 de maio de 2009

Extravagâncias mentais!

A minha primeira experiência com KTL foi há 2 anos no Sonar em Barcelona.
Termos como Vida e Morte vieram-me à cabeça durante esse concerto sentado no chão e aquele corpo sonoro bojardado em bruto, como se de uma guerra se tratasse, fizeram-me pensar nas novas expedições musicais em curso hoje em dia.
Formados por Stephen O´Malley nas guitarras e Pita nas maldades digitais, desde 2006, tem provado que a guitarra, sem recalcar a sua natureza intimidante, pode também ser um recurso ambivalente na criação de cenários de ficção-cientifica minimamente frequentados pela espécie humana.
Depois de arrumada a trilogia Kindertotenlieder, "IV" inicia uma renovada campanha negra, organizada pela guitarra de Stephen O’ Malley e pelo computador e sintetizadores de Pita, e com o flanco aberto para a participação do imprevisível génio Jim O’ Rourke, na produção e de Atsuo dos Boris na bateria e gongo.
Estranhamente, estudar o perfil dos envolvidos pouco contribui para ter uma ideia concreta do que aqui se passa. Obrigado a abandonar algumas das marcas da primeira trilogia, entre quais a agressividade ilimitada dos seus loops, "IV" admite em si uma placidez que era apenas miragem nos capítulos anteriores.
Quando a via passa a ser finalmente láctea em “Natural Trouble”, com a chegada de um gongo que repercute os aeroportos de Brian Eno, sobra a vontade de revisitar "IV" dedicando especial atenção às suas manobras de expurgação.
Heavy mental, chamam-lhe alguns!
Não fazem certamente parte da playlist de muita gente no seu iPod, nem no meu inclusivé, no entanto, muita vez dou por mim a recorrer a KTL e entregar um CD a amigos meus do teatro para peças e exercícios...ou outras experiências.
Confiar nos ouvidos pode não ser a melhor opção...isto é um abuso auditivo feito para a mente!

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