
O (provavelmente!) "melhor" DJ da Minus, Troy Pierce cria um techno imprevisível e ambienta cavernosamente o vocal do cantor americano Gibby Miller, um tatuadíssimo ex-punk que tem voz bem-educada, rasteira e misteriosa.
"Autumn" é o segundo disco desta dupla e saiu em Abril, sendo um louvável passo da Minus em buscas de novas ilustrações para seu minimal techno já estafado, mas sempre dançante.
Trata-se de um daqueles discos "darks", deliciosamente indigestos e que te fazem desejar por um live num PA cabeçudo e surpreendente, de não saber de onde surge o som.
É uma boa amostra de como a música de pista pode ser única, principalmente pelo abismo instintivo e mentalmente alterado de seus ouvintes, dançando manhã adentro.
Claro que aqui a referência dark remete ao synth/goth dos anos 80, mas Louderbach é um projeto de techno, e não outro bom disco de electro-pop dark a ser lançado em 2009, como o dos Telefon Tel Aviv, Fever Ray ou mesmo o próprio dos Depeche Mode.
Percebe-se rápido que o vocal de Gibby Miller não é protagonista.
Se no também vampiresco "Listening Tree", Tim Exile equaliza bem a cantoria numa guerra com os beats esquizofrénicos, aqui a voz soa rasa, um pouco preguiçosa com a incompreensão passional do techno de Troy Pierce.
O primeiro single é "Shine", onde as notas nostálgicas são mais interessantes que a presença de versos cantados e a base ganha ainda mais destaque quando uma espécie de trance esfumado gnha ares de New Order.
Ainda bem que o refrão é repetitivo e de versos descartáveis, para se tornar apenas mais um efeito na composição dançante.
Bom para degustar neste início de semana chuvoso...
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