segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um prazer. Um investimento. Um pedaço de arte!

Há cerca de ano e meio que deixei quase de comprar CD´s de música.
Como que se tivesse feito uma espécie de pacto contra a propagação e difusão desse pequeno artefacto compactado que apareceu no mercado na década de 80 como arma fatídica contra o velhinho LP ou Vinil...jurei a mim próprio que nunca mais iria comprar um CD.
Excepção feita a algumas raridades da música de dança como é o caso de Daniele Baldelli que tenho andado desesperadamente à procura de algum vinil, mesmo em segunda mão, e lá tive que optar pelo CD original.
No que toca a raridades e obras-primas...claro está, a excepção é aberta, pois a coisa soa de outro modo.
Assim sendo, desde há um ano para cá que tenho investido parte do meu orçamento mensal disponível para a música em vinil.
Com o passar do tempo lá foram surgindo singles perdidos no tempo, maxis encontrados ao acaso na internet (e destaque especial para a Juno e a Wally´s Groove, grandes fontes de informação), álbuns obrigatórios...muita coisa espacial ou parecida e sem dúvida que Lindstrom e Kraftwerk são os heróis da prateleira.
Há cerca de 2 meses li um livro de Peregrino Santa Clara em relação aos 10 melhores negócios para investir em tempos de crise e foi com grande surpresa que me deparei com o "mercado" (que nome feio, mas não me surgiu outro) do vinil.
Em termos numéricos pode render entre 20% a 30% ao ano na Europa e no caso específico de Portugal os dados rondam os 10% a 20% (ligeiramente inferior à média europeia, vá-se lá saber porquê!).
A música como norte, um formato como suporte de autenticidade e pureza de som...e acima de tudo valorizável com o tempo, ou seja, ganha preço/valor à medida que o tenho comigo?!
Hum...parece-me uma ideia bastante apetecível, se bem que que a questão financeira é remetida para segundo plano quando se colecciona algo que amamos e dedicamos parte da nossa vida.
Penso que esta é a minha melhor definição para o conceito de "Património".
Acabadinho de chegar mais um embrulho da Flur em formato 12", direitinho para o prato de 33 rotações: a compilação "Future Times".
História da coisa: costa leste norte-americana com uma cena paralela a Baltimore, trabalho de amor de editoras como a FrequeNC e a Future Times, produtores como Rhythm Based Lovers ou Beautiful Swimmers.
Coisa fraternal entre pessoas próximas ou que pensam próximo, calor analógico e vibrações muito intensas vindas da Central em Chicago 85-87, disco e boogie anteriores a isso e expressão rítmica universal que até as máquinas conseguem reproduzir.
Quatro faixas de Max D, Sensual Beings (Rhythm Based Lovers), Protect-U e Beautiful Swimmers com algum do groove simultaneamente mais certeiro e fora do centro.
Mais uma rodela para a prateleira, mais um reforço num investimento, mais um passo para um grande prazer!

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom João, muito bom.

Acerca da nossa ida ao Fórum Sábado passado, teve-se bem.
Não tivémos a companhia da responsável que me tinhas falado, apenas estiveram por lá, no início e no final, os rapazes da empresa de som.
De resto, as pessoas iam chegando, sentando, estranhando, ouvindo, ficando ou saíndo.
Foi bom, deu para "rodar" muitas que, por vezes, a horas mais tardias, em espaços mais escuros e fechados, onde o ritmo é outro, não chegam a passar.

Experiência a repetir, esperamos.

Abraço, Figas

olosuhde disse...

http://www.youtube.com/watch?v=hTzJjsS8-Zw

:)