De David Minor já conhecíamos "Sparse", o disco que editou em 2009 e que no ano seguinte encantou a crítica musical germânica, que o incluiu nos nomeados para o prémio da crítica.
Aquilo que em "Sparse" era uma firme declaração de intenções, mostrando claramente ao que vinha David Minor, em "Lush" ganha uma sofisticação sublime e subtil que abre muito o leque de possibilidades de expansão e de caminhos de futuro apontados por este músico radicado em Berlim.
Em traços gerais, o que encontramos em "Lush" é um conjunto disperso de farrapos musicais - arrancados à electrónica, ao jazz, à música clássica, ao film-noir e a ambientes luxuriantes da vaudeville - que parecem encontrar sentido no discreto mas decidido confronto directo a que são submetidos por Minor.
Não como se de uma batalha se tratasse, antes sim como se no seio do caos total existisse uma espécie de espírito invisível que tudo consegue unificar, respeitando a diversidade de cada fragmento, surgindo, ainda assim, autónomo e personalizado.
"Lush" faz-se, deste modo, a cada audição.
Pois é em cada momento que se revela quase em silêncio, exigindo que o ouvinte concentre em si toda a atenção e investigue a fundo no poço musical sombrio e profundo edificado por David Minor, que assim convida a uma descida fascinante às profundezas labirínticas de uma caverna sonora que urge explorar.
(in, Matéria Prima)
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