Se muitos discos de samples não deixam de ser meros exercícios de corte e colagem, que valem simplesmente como experiências sónicas, há produtores que introduziram artifício e fantasia na recriação de fragmentos musicais diversificados, fazendo deles matéria dos seus delírios.
É essa a pista que Amon Tobin tem seguido.
De tal forma que, na sua música, tudo parece fluir com a naturalidade que os meios e a prática que conduziram a sua elaboração desmentem.
Ritmos duros, vozes mutantes e ruídos alucinados polidos com parcimónia compõem um mural de sonho envolvente, concebido sem recurso a qualquer instrumento convencional.
As peças são o resultado de subtis manipulações de fontes acústicas tornadas irreconhecíveis.
E é essa a originalidade dessas ideias, que nunca descem a um formulário, que o distingue dos seus pares.
Falo-vos de "Isam" com o carimbo da Ninja Tune.
Perigosamente genial!
Altamente viciante!
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