É verdade que há muito que a Xangai anda em lume brando, mas hoje trago-vos uma fresquinha que compensará por certo, todo o tempo de inércia perdido numa espécie de degustação de álbuns em arquivo, como se de um calcamento de conhecimento se tratasse!
Django Django!
Podia usar-se a expressão "psicadelismo" por comodidade de caracterização destes neófitos londrinos, mas isso seria fazer referência a uma atitude e não a um género musical.
A verdade é que os Django Django são daqueles fenómenos que emergem a cada decénio com a capacidade de fazer as coisas como se fossem muito burros, ou seja, trocando as voltas às linguagens cristalizadas, e que entre grandes liberdades e insanas inocências reformulam o estafado vocabulário pop.
Os mais picuinhas podem ver, aqui e ali, pegadas de cadências dos Franz Ferdinand, um tom cósmico que lembra vagamente os saudosos Beta Band ou umas guitarradas "à là Morricone", mas nada disso se apresenta aqui com a mais pequena sombra de mimese.
"Django Django", álbum homónimo da banda, agora acabadinho de sair da prensa com o carimbo da Because Music, é obra de quem tem uma discoteca ampla, as orelhas desempoeiradas e um fulminante gosto pela mistura!
Fenomenal entrada na Primavera!
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