segunda-feira, 24 de março de 2008

De James Tenney a Cage...por William Winant na Serralves!

É já amanha que a Fundação Serralves apresenta o concerto de William Winant, que preve um programa para solo de percussão onde se cruzam diferentes gerações de compositores.
As experiências radicais, levadas a cabo pela geração de Cage e Feldman,encontrariam ecos nas gerações que se seguiram.
James Tenney e Alvin Lucier, são exemplos de uma nova geração que integrou as pesquisas e reflexões de Cage ou Feldman, entre outros, explorando os seus limites e alcançando novos territórios na música e na arte sonora, também eles fortemente povoados por influências, inspirações e entendimentos inter ou transdisciplinares.
Winant é colaborador assíduo de John Zorn, Mike Patton, Sonic Youth, entre muitos outros, e membro do internacionalmente reconhecido Abel-Steinberg-Winant Trio e do grupo avant-rock Mr. Bungle.
Trabalha regularmente com companhias de teatro e de dança, entre as quais a de Merce Cunningham que continua, hoje, a protagonizar encontros entre espíritos criativos oriundos de diferentes quadrantes da produção artística, da ciência e do pensamento
contemporâneos.

Assim sendo a ementa é a seguinte:

"The King of Denmark" (1964) Morton Feldman
"Silver Streetcar for Orchestra" (para triângulo amplificado) (1988) Alvin Lucier
"Fontana Mix" (1958) John Cage
"Having Never Written A Note For Percussion" (1971) James Tenney
"Ergodos II" (para sons electrónicos e percussão) (1964)James Tenney

O que eu dava para poder ouvir só uma peça que seja...enfim pode ser que a A2 me surpreenda (mais uma vez)!
Bom apetite para os que aproveitarem!

(Fonte: Fundação Serralves)

1 comentário:

Anónimo disse...

Destaco John Cage. Parece que tudo se mantém em pausa até um tempo indeterminado....................................................

Conheço-"o" há alguns meses mas não lhe reconheci imediatamente o valor. Em Outubro, fruto das minhas infindáveis pesquisas sobre conceitos e teorias cinéticas e afins, frui finalmente de um encontro delicioso que se prolongou por longas horas. E continuei a pesquisar.
Tenta situar-te, caro discípulo de Satanás, em meados de 1952, no Black Mountain College. No mesmo espaço, uma tela (literalmente pendurada) de Rauschenberg e um gira-discos a tocar Edith Piaf acompanham quatro rapazes que servem café.
Mary Caroline Richards e Charles Olson "debitam" poemas nas escadas. David Tudor improvisa no piano. Merce Cunningham dança no meio do público.
E lá está "ele". John Cage, sentado num belo sofá, lê um texto que relaciona o zen budista e a música, às vezes em voz alta, outras em silêncio.

Este "untitled event" é considerado o primeiro happening da história da arte e inspirou Allan Kaprow que, não muito depois, viria a cunhar o termo.

[Sugestão caro amigo de satanás: reflecte em xangai as incursões experimentalistas de jorge peixinho e a sua ligação a ernesto de sousa, dois personagens absolutamente fascinantes.]

[Post scriptum assumido: mantém a qualidade do mercado]