domingo, 13 de abril de 2008

Propostas semanais! Um regresso às origens com sabor a futuro!

Aconteceu! Os discos voltaram para a discussão à mesa da Xangai e "Um Frasco de Éter" reflectiu sobre os discos que voz farão alegrar a semana!
Aqueles que voz farão aquecer as noites (ou pelo menos os ouvidos, pois a chuvinha está de volta) e o que quiserem...

Após viagens pelo mundo fusional e "castiço", esta semana aparecem 2 propostas apontadas directamente para a pista de dança!

Antonelli - Soulkiller (2008, Italic)
Nem me lembro que era assim!!!!

Os quase 10 anos de existência da Italic e, em simultâneo, de discos de Antonelli, já não prometiam surpresas. Stefan Schwander, co-fundador da editora, explorou muitos recantos techno, house minimal e electro com maior ou menor consequência, construindo uma sólida reputação mas quase sempre na sombra de quem realmente provocava os avanços na música.
«Soulkiller» é um avanço no som da Antonelli, e ao mesmo tempo um retrocesso, já que a inspiração e a base sonora se encontram nos primórdios da house americana e até, em «Arrival», numa segunda geração baseada em Sheffield (LFO, sobretudo).
O tema final, «The Name Of Ths Track Is Bobby Konders» não deixa dúvidas sobre as intenções de um álbum gravado com caixas-de-ritmo analógicas, sequenciadores e sintetizadores, tudo directo para fita!
Deep house com linhas de baixo antigas, contenção, explosões nos sítios certos, em cheio para quem gosta do som próximo das raízes, directo, a representar.
Não há tentativas de futuro aqui. «Soulkiller» está já anotado como um dos álbuns house de 2008.

Hercules and Love Affair - Hercules and Love Affair (2008, DFA)
Mais uma "bomboca" da loja do Sr. Murphy!

Há músicos que marcam uma época e há outros que são marcados pela sua época, onde a maioria se insere! E sem que tal seja critério de avaliação, sabe-se como o horizonte se estreita quando tudo se resume a captar o "air des temps".
Por isso, ninguém estremecerá pela coexistência de melodia "kitsh", "overacting" vocal, ecos de house e tecno, mergulhados num "disco" (a soar a Moroder) e "hi-energy", memórias do ambientalismo electrónico e visitas aos anos 80!
Provavelmente, foi a presença de Antony Haggerty que chamou atenções para este «Hercules & Love Affair», mas não esqueçamos que no ano passado, o single de estreia «Classique #2» deu que falar entre os melómanos mais atentos ao circuito da electrónica.
Tem o selo da DFA (só podia ser bom!!!) e é a nova música contemporânea. Dançável e nocturna mas sem se esgotar nesses preceitos. Rítmica sem esquecer a melodia. Abrangente e apaixonada. Capaz de perceber que sem passado não há futuro.
Destaque para «Blind», a tal canção onde Antony encaixa que nem uma luva com a voz que lhe é conhecida.
Dois dos melhores discos de princípio do ano!

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