E Boxcutter também!
Depois do apetitoso "Glyphic", este ano surge o orgânico "Arecibo Message" para demonstrar que é um dos nomes mais cativantes da cena musical urbana desta década.
A evolução da música urbana britânica tem sido das mais empolgantes que já tive oportunidade de ver. Mutações e mais mutações, mudanças e personagens, pérolas em ascensão e queda, influências das influências.
A onda dubstep influenciada pela onda UK Garage e drum'n'bass do final dos 90 e princípios de 00, refinada pelo minimalismo electrónico que ganhava novos adeptos através da exposição do grime, trouxe nomes e álbuns que marcam invariavelmente a música electrónica desta década: da armada Hyperdub de Kode9 saíram pérolas como "Memories of the Future" e "Burial" com "Untrue" do mais que mítico Burial.
A evolução da música urbana britânica tem sido das mais empolgantes que já tive oportunidade de ver. Mutações e mais mutações, mudanças e personagens, pérolas em ascensão e queda, influências das influências.
A onda dubstep influenciada pela onda UK Garage e drum'n'bass do final dos 90 e princípios de 00, refinada pelo minimalismo electrónico que ganhava novos adeptos através da exposição do grime, trouxe nomes e álbuns que marcam invariavelmente a música electrónica desta década: da armada Hyperdub de Kode9 saíram pérolas como "Memories of the Future" e "Burial" com "Untrue" do mais que mítico Burial.
Saliente-se "Untrue", expoente máximo do género injustamente esquecido por ter sido lançado em...Dezembro!
Talvez um dia as publicações se lembrem da máxima de João Pinto que "os prognósticos se fazem no fim do jogo". Era bom que ele tivesse razão. Talvez aí se tivessem lembrado de "Untrue".
Enfim, ressabiamentos à parte...
Aquando da explosão de "Burial" em 2006, eis que sai também para o mercado "Oneiric" de Boxcutter. Onde "Burial" mostrava algum calor, "Oneiric" era mais frio, talvez mais distante. As batidas não soavam tão familiares, mas ao mesmo tempo demonstrava uma essência de urgência e de um enquadramento urbano fantástico. À cabeça vinha-nos por vezes a agressividade de Aphex Twin. E era bom voltar a sentir isto ;)
"Glyphic" começava o percurso de aligeiramento da sonoridade fria desse disco.
Enfim, ressabiamentos à parte...
Aquando da explosão de "Burial" em 2006, eis que sai também para o mercado "Oneiric" de Boxcutter. Onde "Burial" mostrava algum calor, "Oneiric" era mais frio, talvez mais distante. As batidas não soavam tão familiares, mas ao mesmo tempo demonstrava uma essência de urgência e de um enquadramento urbano fantástico. À cabeça vinha-nos por vezes a agressividade de Aphex Twin. E era bom voltar a sentir isto ;)
"Glyphic" começava o percurso de aligeiramento da sonoridade fria desse disco.
Com ambientes mais próximos e influências com mais groove, tornava-se o início do percurso que culminou em "Arecibo Message".
Os tempos ficaram mais calmos e as vozes entram no universo de Boxcutter.
Os tempos ficaram mais calmos e as vozes entram no universo de Boxcutter.
"Sidetrak", mensagem de abertura, tem o início típico de Boxcutter, mas o seu desenrolar caótico aligeirado pelos toques dum baixo pulsante fazem-nos recordar a genialidade de "Untrue".
O restante álbum é uma passagem fenomenal de Boxcutter, desde as influências funk na espectacular "Lamp Post Funk", passando pelo dançável house de "Mya Rave v2" e "Free House Acid", sem esquecer a desconstrução pop em "Kab28" e a pitadinha soul de "A Familiar Sound".
Boxcutter tornou-se mais humano, mais terreno.
O restante álbum é uma passagem fenomenal de Boxcutter, desde as influências funk na espectacular "Lamp Post Funk", passando pelo dançável house de "Mya Rave v2" e "Free House Acid", sem esquecer a desconstrução pop em "Kab28" e a pitadinha soul de "A Familiar Sound".
Boxcutter tornou-se mais humano, mais terreno.
A linguagem meramente electrónica e fria do primeiro álbum ficou mais longe.
Os instrumentos reais e o abraçar de vários estilos tornou-o bem mais atractivo e ecléctico. E isso reflecte-se num álbum muito muito bom.
E mais uma vez, o dubstep não nos deixa ficar mal e para quem vem com aquelas tangas de "ah...esta década é uma merda em termos de música", só posso recomendar para abrirem os olhos (e principalmente os ouvidos) para o verdadeiro turbilhão musical que vem ali das terras de Sua Majestade e arredores pelo menos há década e meia!!!
E mais uma vez, o dubstep não nos deixa ficar mal e para quem vem com aquelas tangas de "ah...esta década é uma merda em termos de música", só posso recomendar para abrirem os olhos (e principalmente os ouvidos) para o verdadeiro turbilhão musical que vem ali das terras de Sua Majestade e arredores pelo menos há década e meia!!!
Um dos (5) melhores álbuns do ano, sem dúvida!
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