Mas as excepções lá vão surgindo para gáudio dos que ainda apreciam a simplicidade de uma linguagem popular que privilegia a expressão dos sentimentos, e a vida em geral, sem subterfúgios hipócritas promovidos pelos cheques milionários e sem segundas intenções.
Já o tenho há algum tempo, no entanto hoje decidi carregar o iPod com o novo álbum dos "Junior Boys - Begone Dull Care".
Jeremy Greenspan e Matt Didemus servem-nos uma espécie de limpeza de ouvidos e purificação do espírito. E sabe tão bem logo ao acordar em detrimento de notícias de aviões desaparecidos e barricadas em bancos como se esta nossa terrinha se tratasse de um enorme país de 3º mundo...pena que se seja assim.
Com a janela aberta para arejar o quarto do bafio nocturno, o electro-pop de 80, com declarada escola OMD, Depeche Mode, Soft Cell ou The Human League vive num turbilhão de pequenas contradições que não nega as cadências techno que convidam à dança, tal como, e na mesma proporção, mergulha num mar se sedutora melancolia.
Simplicidade melódica e uso racional dos sintetizadores numa textura techno que não aprecia excessos.
Begone Dull Care prossegue a tarefa de humanização da electrónica, tal como mantém o objectivo de tornar orgânico o que por natureza é maquinal.
«Dull To Pause» ou «The Animator», de longe os temas mais arrebatadores, demonstram exactamente essa ideia promiscua num exercício onde o espírito humano se envolve amorosamente com o software do equipamento.
Não há por aqui qualquer milagre ou mais valias de excepção já que "So This Is Goodbye" iniciou o que aqui é explorado com um pouco mais de profundidade.
Independentemente de se tratar "grossamente" de um exercício de limar de arestas será sempre pertinente admitir que os Junior Boys, oferecerem ao mundo mais um digno disco pop capaz de resgatar um genuíno sorriso à cara mais sisuda!
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