terça-feira, 2 de junho de 2009

Guitarra 66 ´prá frente!

Durante esta nossa curta estadia terrestre, existem coisas, experiências, pessoas e outras coisas que nos tocam alterando (ou pelo menos transformando gradualmente...) a nossa maneira de ver a realidade que vivemos.
No mundo da música acontece o mesmo...é como que parecem saber estar no local certo à hora certa!
Dizem aquilo que imaginas ouvir e tocam aquilo que te arrepia...aquilo que a tua mente anseia!
E conseguem sempre!
Hoje vou falar-vos de Tó Trips!
"Xangai Market...então isso não é sobre música avançada ou lá o que isso é...e vens falar de Tó Trips? Esse não é o gajos das guitarras dos Dead Combo? Vê lá se atinas com um conceito de uma vez por todas..."
É por isso mesmo que hoje vos quero falar de Tó Trips...ele só, sem (nada) de Dead Combo (?)...o man vestido e com uma guitarra nas mãos!
Alguém que escolhe um pseudónimo como Tó Trips tem necessariamente a ver com viajar e tem-lo feito desde há muito tempo, numa amplitude de destinos de meter inveja a muito piloto de avião “globe trekker”.
“Atenção a todos os passageiros vai partir dentro de momentos o voo nº 2 da Air Lulu Blind…” Pois.
E antes disso Amen Sacristi, Santa Maria Gasolina em Teu Ventre.
Agora nos Dead Combo.
Uma diversidade de meter inveja também a muito músico.
Ontem, 2º feira, Tó Trips, de 43 anos, nascido em 1966, ano preciso do primeiro tema deste seu Guitarra 66, decidiu lançar-se às feras espirituais da sua própria existência com um disco extremamente pessoal mas mesmo assim, transmissível.
Um disco de amor, dedicado a Raquel Castro “(…) a minha querida mulher.”
Um disco lá está, de amor e viagens, entre Lisboa, Esmoriz, Espanha, Marrakesh.
Entre algures e nenhures, mas certamente no coração. Para sempre. Doze temas que evocam o interior acústico do músico munido de guitarra clássica, por vezes de alguma percussão, sempre no equilíbrio da balança entre paisagens áridas percorridas por uma espécie de John Fahey com o coração cheio de amor e o peso das memórias do nosso grande Carlos Paredes com um coração sempre cheio de dor.
Um disco de alma lusitana no sentido luso-qualquer coisa da palavra, ou seja, luso-americano, luso-marroquino, luso-hispânico, luso-marciano, luso-Trips.
E isto sim, é música avançada "made in Portugal"...
PS: Como ainda não há videos de Tó Trips a solo, fiquem com um excerto do videoclip de apresentação do EP feito em exclusivo para a Optimus Discos, da dupla Tó Trips e Tiago Gomes em "On The Road" de Jack Kerouc....
E já agora, excelente performance no Fundão o ano passado!

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