quarta-feira, 17 de junho de 2009

Profecias!

Vaticinava o jornal Público ontem à tarde: "A Virgin Megastore de Union Square, o maior armazém de discos de Nova Iorque, fechou portas este domingo, consequência da crise que afecta a indústria discográfica desde o início da década.
A loja de dois andares e mais de 5 mil metros quadrados esteve em liquidação total no último dia, com descontos que chegaram aos 90 por cento. A possibilidade de comprar cds, dvds, t-shirts, ou estatuetas de músicos por pouco mais de 1 dólar atraiu vários clientes e coleccionadores à loja. Mesmo a mobília e o equipamento foram postos à venda..."
Ok, mas qual é a novidade ou a razão para alarmismos de última hora se a notícia já estava agendada desde há muito?!
Só porque era a maior loja a coisa sente-se de forma diferente?!
A verdade é que aquilo que a Virgin comercializa já não interessa às pessoas que habitualmente gostavam de comprar ali.
Hoje em dia aquilo que (mesmo) a maioria das pessoas procura está para além dos 5000 metros de estantes estrategicamente arranjadas apontadas unica e exclusivamente para a carteira do cliente.
Primeiro existe a Internet e tudo aquilo que ela arrasta.
Segundo, a presença de alguém verdadeiramente "especializado" numa determinada matéria de música e acima de tudo com gosto naquilo que faz, mesmo que isso implique a não venda de um determinado álbum porque simplesmente não convenceu a pessoa interessada, é hoje em dia o principal motivo responsável pela venda de material de música.
Em todos os negócios, e na música sem excepção, primeiro é preciso acreditar naquilo que se faz (e não cumprir unicamente normas de marketing...também importantes!) e só depois é que se pode argumentar com vontade e convicção aquilo que em que se acredita e dessa forma "convencer" ou melhor, "dar a conhecer" aos outros auilo que nós achamos ser realmente importante e merecido da nossa atenção.
Ao contrário do que a "Pop Culture" nos tenta incutir, de que as massas estão a triunfar na sociedade actual, penso que as minorias (que vão sempre continuar a ser minorias, dê lá por onde der...) estão cada vez mais interessantes e com isso mais aliciantes.

É parte deste princípio que norteia toda a matéria em discussão na Xangai e me orgulho de ter um blog com cerca de 20 visitas por dia, ao invés de me meter a falar sobre aquilo que todos falam, se bem que tinha o meu blog anexado em milhares de blogues perdidos na ciberesfera da informação e com visitas de centenas ou mesmo milhares por dia.
É um "risco" que gosto de correr...e acima de tudo me dá um enorme prazer!

Na notícia do Público, preferi saber que " (...) continuam a sobreviver, no entanto, cerca de 2000 lojas de discos independentes, muitas das quais colaboram em eventos como o Dia da Loja de Discos, anualmente a 17 de Abril, que promove novos lançamentos de cd`s, vinis e material promocional com o apoio de vários artistas..." também motivo de destaque na Xangai Market.

Para todas as minorias (cada vez menos silenciosas) "perdidas" na internet, hoje apresento-vos os "Higamos Hogamos", um conselho de alguém que também gosta de andar sem norte nas suas derivações musicais mas que vem reforçar o sentido fortemente antagónico do (usual) conceito POP. Obrigado Pedro!

Para todos os "vagabundos musicais", o meu muito obrigado por escolherem a Xangai Market".
Para ouvir clicar aqui.

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