
Para já, e na minha modesta opinião, está em primeiro lugar. E por muitos motivos.
Chamam-se RAINBOW ARABIA...e logo com este nome, a coisa promete!
Lembram-se de há uns tempos falar de Omar Souleyman?
Pois é, parece o sírio não passou por aqui a brincar. E afinal não é o único.
O dance-punk/indie mais criativo do momento tem sido gerado em coloridos caleidoscópios étnico-orientais. Do intelecto afro-indie dos Vampire Weekend ao caos metalinguístico dos Gang Gang Dance, a mistela sonora entre a música ocidental e as especiarias do outro lado do planeta não vão parar tão cedo...pelo menos é que me parece.
É uma espécie de fórmula que sempre esteve ao alcance de todos, mas que só agora foi descoberta. Quem tem estado atento à cena mais inquieta da electrónica recente, tem ouvido muito falar de um "mui-interessante" (vá lá!) projecto de Los Angeles, formado pelo casal Danny e Tiffany Preston, que formam os RAINOW ARABIA.
Foi na/com a internet que tudo começou com os tradicionais myspaces e blogs, mas o clique deu-se quando o jovem casal conheceu Omar Souleyman.
Foi num espírito de encantamento caleidoscópico pela disseminação independente das faixas do músico, baseadas numa "doentia" amálgama de folclore, pop e ritmos de dança que os RAINBOW ARABIA gravou uma música em sua homenagem.
Com um empurrãozinho da editora/rádio Sublime Frequencies, responsável pela difusão de música alternativa para os lados do Médio Oriente (e que também já foi tema de destaque na Xangai), os RAINBOW ARABIA lá decidiram partir para algo mais sério.
Depois de vários EPs editados nos últimos anos, como manda a velha tradição, eis que surge agora o seu primeiro registo completo de originais...e que músicas.
"Kabukimono", uma verdadeira pérola, acreditem.
Entre a sisudez experimental do pós-punk "à lá Joy Division" e algum ritmo global escolhido ao acaso, "Kabukimono" transporta sensualidade a suar a funk nigeriano dos 70s e manda calar os críticos do anti-hype da world-music (já agora, sou a favor da abolição do termo world music...mas afinal não é tudo world music?)
Hipnótico e histério como Gang Gang Dance, amador e avançado como El Guincho, rocadélico e denso como Late of Pier, descomprometido e exótico como a MIA...há dance, punk, electroacústica, africanismo...e muita, mas mesmo muita cor.
Toda uma profusão de sabores e aromas musicais, que confirmam o já "cliché" da globalização de que as fronteiras não existem mais!
Assino por baixo.
E porque uma imagem vale mais que mil palavras, deixo-vos com 4 músicas de Rainbow Arabia e no final digam-me se eu nao tenho razão.
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