quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pop Negro

Lembram-se de há uns tempos voz falar de El Guincho, a propósito do Sonar?`
É de novo hoje notícia na Xangai, pois acaba de editar um novo álbum chamado "Pop Negro".
Quem se deixou deslumbrar com "Alegranza" em 2008, ainda deve sentir aqueles samples meio ensolarados a rodopiar dentro de algum espaço da cabeça.
Alegria colorida e embriagada.
Um produtor de Barcelona sem vergonha de usar a abusar dos loops repetitivos, que de alguma forma, pelo menos a mim, não soavam monótonos.
E dá-lhe com tambores, pratos e guitarras latinas misturadas ás canções desconexas de Pablo Diaz-Reixa e temos El Guincho apresentado há 2 anos atrás.
Desde então, o homem por trás do projecto El Guincho mostrou ser alguém aberto a novas ideias e em Julho deste ano lançou um EP todo feito por regravações de temas tradicionais de compositores latino-americanos: "Piratas de Sudamérica"...quase a fazer alguém lembrar "...ah, o velhinho é que era bom..."
E agora o álbum.
Menos óbvio e hipnótico que "Alegranza", "Pop Negro", editado pela Young Turks mostra-nos um outro lado de El Guincho...mais "pop negro", estão a ver!
As "vozes" ininteligíveis de "Alegranza" deram lugar a versos mais lineares, cantados num espanhol perceptível, até mesmo a soar a radiofónico.
Apesar de Pop Negro soar menos inconsequente que seu antecessor na forma, ainda há transgressão nos arranjos que são construidos sobre remendos instrumentais numa espécie de amálgama de marimbas, teclados esfumaçados e uma percussão abafada.
Destaco a excepcional sequência de abertura de "Pop Negro" com "Bombay" e "Novias", duas saborosas doses de felicidade parassimpática, garantidas pela sonoridade metálica e flutuante.
A fazer lembrar uma noite quente sob as estrelas, à beira do mar em Barcelona e a cabeça já a mil...
Lembras-te?! 


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