sábado, 4 de abril de 2009

Uma bateria e duas canas de bambu!

Gosto deste cheirinho da cidade ao amanhecer...
Vidros fechados ao ponto de provocar uma verdadeira bolha de vácuo, traço de volume um pouquinho mais acima, chave na ignição e estrada!
Está sol e o rio parece mais azul, o som também é bom!
Já abordado em viagens anteriores por passagens por Lisboa, hoje volta a estar de novo em cima da mesa o nome de Gabriel Ananda!
Chama-se Bambusbeats e carimbou a presença do alemão no ano de 2007 no panorama da música de dança com mais um tiro certeiro!
A estrela da companhia da cena minimal de Colónia, Gabriel Ananda fez-me pensar em duas coisas.
Primeira, isto realmente é bem menos melódico e abstracto do que certas outras coisas que ouço! Certo! Segundo, será que Gabriel Ananda se está a transformar num músico de jazz?
Gritos?! Desespero?! Pânico!? Não!
O feeling geral do disco pode ser definido, como uma matriz minimal orgânica...mas um pouco diferente do convecional!
Hipnótico e repetitivo sem cansar...Ananda parece torcer o nariz aos clichés que ditam os "padrão-base" da música de dança minimalista, criando um clima aberto e cadenciosamente apetitoso!
"Offbeat" tem tech-groove viajante e "Bambus" respira alguma coisa bem perto da raíz subterrânea que atravessa Europa por baixo da terra e mar e chega a África. Suponho que seja bem no centro!
"Egge" e "Take Off" são puras e à moda antiga! Só que uns aninhos depois!
"Trommelstunde" carrega um ritmo chocalhante com rasgos a tocar no jazz com uma caixa aqui e um prato acolá.
Já quase a chegar, "Lamakova" chega bem mais delicada, como se de um groove acolchoado se tratasse e dissesse "Tem um bom dia!"
Sofisticação sonora e um raro requinte foi a prenda que Mr. Gabriel Ananda me ofereceu!
Não é fresquinho mas é " bem bonzinho" :)

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